terça-feira, 29 de outubro de 2013

CD – Eric Clapton – Clapton

Penúltimo disco de estúdio de Eric Clapton lançado em 2010, Clapton é mais um excelente disco de Blues do Deus da Guitarra, como muitos o chamam. Focado no blues e com pitadas de jazz e rock, Clapton é um disco tranquilo digno de um músico de quase 70 anos, mas sem perder a classe nem a qualidade.

Travelin’ Alone abre o CD com um blues tradicional no melhor estilo Clapton numa batida lenta e constante uma levada de guitarra acompanhada de órgão e bateria seguida por Rocking Chair, essa já mais voltada para o Jazz. River Runs Deep volta ao blues numa balada recheada de solos enquanto Judgement Day vem com um bluesão clássico de guitarra e gaita para o deleite deste que voz escreve, apreciador de longa data do instrumento e gaitista nas horas vagas!

Continuamos com How Deep Is The Ocean, novamente flertando com o Jazz emu ma faixa lenta lembrando um pouco o estilo do último disco de Paul McCartney, Kisses On The Bottom, assim como na faixa seguinte, My Very Good Friend The Milkman com um naipe de metais no melhor estilo das antigas Big Bands americanas. Can’t Hold On Much Longer volta ao blues clássico em outra faixa com um ótimo acompanhamento da gaita tocada por Kim Wilson seguida de That’s No Way To Get Along, outra boa faixa de blues um pouco mais funkeada.

Everything Will Be Alright é uma balada blues típica tendo o piano como element principal e alguns acordes de metais preenchendo o som na música mais longa do disco com mais de 6 minutos. Diamonds Made From Rain também tem como base principal o piano e até um pouco mais lenta que a anterior numa balada romântica tradicional enquanto When Somebody Thinks You’re Wonderful volta para o Jazz estilo “Big Bands.”

Fechando o disco temos Hard Times Blues, mais um bluesão bem tradicional assim como Run Back To Your Side e finalizando com uma versão de Autumn Leaves, clássico da música francesa imortalizada na voz de Ives Montand. Achei esse disco por apenas R$10 na BRJ Discos, lojinha de CDs na Av. Paulista que sempre garimpo bons discos com preços baixos. Um ótimo disco de blues, para ser ouvido por amantes do gênero de todas as idades, que com certeza vai agradar. Recomendo!

Lista de Músicas:
01 – Travelin’ Alone
02 – Rocking Chair
03 – River Runs Deep
04 – Judgement Day
05 – How Deep Is The Ocean
06 – My Very Good Friend The Milkman
07 – Can’t Hold Out Much Longer
08 – That’s No Way To Get Along
09 – Everything Will Be Alright
10 – Diamonds Made From Rain
11 – When Somebody Thinks You’re Wonderful
12 – Hard Times Blues
13 – Run Back To Your Side
14 – Autumn Leaves

Onde: BRJ Discos (Av. Paulista, 657)

Quanto: R$10

Capa do CD


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Especial LP – Ministry – The Mind Is A Terrible Thing To Taste

Mais um disco da banda de Metal Industrial Ministry, antecessor do já postado Psalm 69 (veja aqui), The Mind Is A Terrible Thing To Taste foi lançado em 1989 com Al Jourgensen e sua turma fazendo um metal pesado recheado de elementos eletrônicos e efeitos de voz. O disco é bem parecido com o seguinte e traz alguns sucessos como Burning Inside e So What.

Lado A

O disco abre com Thieves, com uma batida rápida e alguns scratches e samplers acompanhado a voz de Jourgensen rasgada e distorcida intercaladas com alguns efeitos de vozes como se fossem de TV. Burning Inside, o single de divulgação do LP, começa um pouco lenta com o baixo, mas só a entrada da bateria em ritmo alucinante e um riff pesado e sincopado com o vocal carregado de um efeito que parece estar ambaixo d’agua, seguida de Never Believe, outra faixa super veloz e extremamente pesada! Fechando o lado temos a ótima Cannibal Song, mais lenta do que as anteriores com a base no baixo e um vocal mais limpo e agudo.

Lado B

O segundo lado começa com Breathe, que nada tem a ver com a música homônima do Pink Floyd, e sim mais um rock pesado que começa num volume baixo para explodir no riff e na bateria! So What segue a mesma linha abusando dos samplers e efeitos de voz por mais de 8 minutos, enquanto Test volta para o metal mais cru com pitadas de Hardcore e o instrumental baixo/guitarra/bateria muito pesado!  Para encerrar, Faith Collapsing, muito parecida com as faixas do Psalm 69, mas um pouco mais lenta e cadenciada.

Curiosidade: Devido aos efeitos e bateria eletrônica usados no disco, durante a turnê foram necessários 2 bateristas! Esses são os 2 discos que tenho dessa banda, que já não se reúne mais desde a morte do guitarrista Mike Scaccia, ano passado. É um som diferente mas muito bom, vale a pena escutar com atenção. Tanto esse quanto o Psalm 69 estão disponíveis na iTunes Store a um preço bem acessível, mesmo com a recente alta do dólar. Recomendo!

Lista de músicas:
Lado A
01. Thieves
02. Burning Inside
03. Never Believe
04. Cannibal Song
Lado B
05. Breathe
06. So What
07. Test
08. Faith Collapsing

Onde: N/A

Quanto: N/A

Capa do disco


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Especial LP – Bon Jovi – New Jersey

Lançado em 1988, New Jersey é um dos melhores álbuns do Bom Jovi e foi o disco que firmou a banda de vez como um dos grandes nomes no cenário do Hard Rock dos anos 80 com hits como Born To Be My Baby e a balada I’ll Be There For You. O LP é o quarto na discografia da banda, lançado após o estrondoso sucesso de Slippery When Wet.

Lado A

O disco já começa com um rock de primeira com Lay Your Hands On Me com sua batida mercante cheia de solos servindo de introdução para a voz de Jon, primeiro declamando para depois entrar no refrão com acompanhamento apenas do teclado e das backing vocals antes de explodir no riff de Sambora. Logo em seguida, outro petardo com Bad Medicine com um riff balanceado e cheia de contratempos abrindo caminho para o primeiro grande hit do disco, a clássica Born To Be My Baby.

Living In Sin é a primeira balada do LP, no melhor estilo Bom Jovi, melosa ao extremos mas que arrepia as mocinhas até hoje seguida de Blood On Blood, voltando ao Hard Rock mais rápido e pesado recheado de melodias de teclado. Fechando esse lado do disco temos Homebound Train com uma introdução com cara de Led Zeppellin mas voltando ao estilo tradicional da banda logo depois.

Lado B

No segundo lado temos Wild Is The Wind, com uma lenta introdução dedilhada no violão antes de entrar numa levada suave e que vai aumentando a velocidade no decorrer da música seguida por Ride Cowboy Ride, um take de apenas 1 minuto e meio de uma baladinha country de voz e violão. Stick To Your Guns por outro lado começa pesada com guitarra e bateria entrando juntas para depois cair numa balada acústica bem tranquila e voltar para a parte pesada no refrão.

O grande sucesso do disco vem na sequência, com uma das baladas mais “mela-cueca” de todos os tempos... a clássica I’ll Be There For You, que fez muito adolescente dançar nas festinhas da escola (inclusive este que vos escreve)! Fechando esse ótimo disco temos 99 In The Shade, outro Hard Rock padrão do Bon Jovi, bem rápido e com uma levada bem agradável e terminando com Love For Sale, outra faixa puxada para o country com direito até a gaita acompanhando o violão numa música bem diferente do resto do disco, mas que fecha muito bem a sequência.

Comprei esse LP quando era adolescente, depois me desfiz dele e me arrependi, acabei comprando novamente num sebo no bairro do Brooklin, em São Paulo anos depois. Um dos grandes clássicos do rock dos anos 80 que merece respeito e que, ao lado do Appetite For Destruction do Guns, se tornou um dos maiores discos de Hard Rock de todos os tempos! Recomendo!
Lista de músicas:

Lado A
01 – Lay Your Hands On Me
02 – Bad Medicine
03 – Born To Be My Baby
04 – Living In Sin
05 – Blood On Blood
06 – Homebound Train
LadoB
07 – Wild Is The Wind
08 – Ride Cowboy Ride
09 – Stick To Your Guns
10 – I’ll Be There For You
11 – 99 In The Shade
12 – Love For Sale

Onde: Sebo Empório das Letras – Av. Pd. Antonio José dos Santos, 1201

Quanto: R$12,00

Capa do LP

sábado, 12 de outubro de 2013

Show – Black Sabbath – Campo de Marte, São Paulo

Finalmente o dia tão esperado chegou! Depois de meses de espera desde de que comprei o ingresso logo no 1º dia de vendas no Credicard Hall eis que chega o dia do show do Black Sabbath em São Paulo! A 4ª apresentação do Sabbath no Brasil (se contarmos o show do Heaven&Hell em 2009) é a primeira, e talvez única, com OzzY Osbourne nos vocais. O show, que faz parte da turnê do novo disco 13, trouxe quase toda a formação original da banda que não contou com Bill Ward, que desistiu da reunião antes da gravação do disco alegando divergências contratuais.

Antes do horário previsto, como já tinha acontecido em Porto Alegre, as sirenes começaram a soar acompanhadas pelos gritos de OzzY “I Can’t F*cking Hear You!” anunciando War Pigs, o primeiro dos muitos clássicos da noite! Apesar dos problemas técnicos de som (que infelizmente ocorreram várias vezes, a música soou como hino cantada pelas quase 70 mil pessoas presentes no Campo de Marte. Into The Void veio seguir e continuou agitanto a galera acompanhada por duas músicas do Vol.4, Under The Sun e o hit Snowblind.

A primeira faixa do disco presente no set foi Age OF Reason, que apesar de soar perfeita não empolgou tanto como se esperava. O mesmo não se pode dizer das três músicas que vieram a seguir; Black Sabbath teve tudo o que tinha direito, o barulho da chuva e os trovões, os sinos, e o riff que marcou o início do Heavy Metal levando a plateia ao êxtase seguida por Behind The Wall Of Sleep. N.I.B foi uma das que mais agitou o público desde o solo introdutório do baixo de Geezer até a última nota fechando uma sequência que era quase todo o lado A do primeiro disco da banda (faltando apenas The Wizard).

End Of The Beginning teve uma recepção melhor que Age Of Reason das músicas do novo disco abrindo caminho para outra sequência clássica, dessa vez do Paranoid com Fairies Wear Boots e a instrumental Rat Salad seguida do solo longo solo de bateria, que foi a deixa para o pessoal poder ir ao banheiro e pegar mais uma cerveja. O solo terminou já emendando nas batidas de Iron Man o que fez a galera voltar correndo para o pista pois mais alguns clássicos estavam por vir!

A última faixa de 13 foi o single de lançamento do disco, God Is Dead e agitou mais do que as outras duas juntas com uma performance de arrepiar. Veio então Dirty Women, uma música que ainda não entendo o que faz no set list dessa turnê, já que dessa fase final do OzzY no Sabbath nos anos 70 tem músicas mais interessantes, de qualquer forma, Mr. Osburne arrancou risos da plateia quando disse: “ I Love dirty women!” Logo depois, o lendário vocalista anunciou que tocariam mais uma música, e se a galera ficasse “extra f*cking crazy” tocariam mais uma! Nada diferente do que já havia feito no RS dias antes.

Children Of The Grave levou a galera ao êxtase com seu riff clássico e um excelente vocal de OzzY que agradeceu a todos e deixou o palco juntamente com o resto da banda. Alguns momentos de suspense e todos retornam com OzzY puxando o core de “One more song, one more song”, obviamente acompanhado por 70 mil vozes. Eis então que Iommi entra com Sabbath Bloody Sabbath deixando a galera ensandecida com a “surpresa” que não durou muito já que tocou apenas a introdução e emendou na hit final que todos esperavam: PARANOID! É inegável dizer que, mesmo já tendo escutado essa música nos 3 shows que eu vi do OzzY, nada se compara a emoção de ouvi-la pela guitarra do próprio Iommi, o mestre criador do Heavy Metal!

Um misto de alegria e tristeza tomou conta da plateia ao final do show, alegria por ter testemunhado um evento histórico e tristeza por saber que o espetáculo tinha terminado. De qualquer forma foi uma noite memorável! Para mim, que já tinha visto o Sabbath duas vezes com outros vocalista (94 com T. Martin e 2009 com DIO) e três vezes o OzzY solo, esse foi um dos shows mais impressionantes que já vi, comparado apenas talvez ao show de Paul McCartney em 2010 no Morumbi!

Sobre a ausência da Bill Ward: acho que ela é sentida muito mais historicamente e pelo fato de poder dizer que vi um show com a formação 100% original do que tecnicamente falando, uma vez que Tommy Cufletos dá contado recado e bem. Duvido que Bill, por melhor que seja aguentasse um show desse nível, consequentemente uma turnê inteira. Sobre o local: acho que o Campo de Marte não é o lugar ideal para um show desse porte, que na minha opinião caberia muito bem em um estádio. O terreno irregular aliado ao espaço que foi delimitado para o show (que eu acho que podia ser bem maior) não ajudam muito, mas nad que estragasse uma noite que entrou para a história dos grandes shows de São Paulo. Inesquecível!

Setlist
1- "War Pigs"
2- "Into the Void"
3- "Under the Sun/Every Day Comes and Goes"
4- "Snowblind"
5- "Age of Reason"
6- "Black Sabbath"
7- "Behind the Wall of Sleep"
8- "N.I.B."
9- "End of the Beginning"
10- "Fairies Wear Boots"
11- "Rat Salad'
12- "Iron Man"
13- "God Is Dead?"
14- "Dirty Women"
15- "Children of the Grave"
Bis
16- "Paranoid"
Onde: Campo de Marte
Quanto: R$300,00

Ingresso



terça-feira, 1 de outubro de 2013

CD – George Harrison – Brainwashed

Disco póstumo do ex-Beatle George Harrison, lançado no ano seguinte da sua morte e que foi finalizado por seu filho Dani e o amigo e produtor Jeff Line. Brainwashed mostra George fiel ao seu estilo que mantinha desde os tempos dos Beatles, quando suas primeiras composições começaram a aparecer, como Norwegian Wood e Taxman.

O disco começa com Any Road, uma faixa alegre que uma levada de violão suave e os solos de guitarra bem no estilo que George carrega desde os tempos dos Beatles seguida de P2 Vatican Blues, um rock estilo clássico com pitadas de blues como o nome diz. Pisces Fish segue a mesma linha da faixa de abertura com um sotaque indiano aparecendo numa espécie de Mantra no início num balada bem tranquila enquanto Looking For My Life lembra um pouco o estilo de Tom Petty, com quem Harrison tocou no Travelin’ Wilburys.

Na sequência temos The Rising Sun, na mesma linha das anteriores seguida por Marwa Blues, como o próprio nome diz, um blues com “sotaque” indiano com a sonoridade inconfundível de George na guitarra e que se repete na faixa seguinte, Stuck Inside A Cloud. Run So Far tem uma batida rock básica acompanhada do violão, enquanto Never Get Over You é uma baladinha tranquila e suave, com ritmo lentos e solos de blues. Between The Devil And The Deep Blue Sea é uma música de andamento alegre com um estilo que varia entre o rock clássico e o Jazz.

Fechando o CD temos Rocking Chair In Hawaii, com uma levada lenta e o vocal suave seguida da faixa que dá nome ao disco, Brainwashed, a mais longa e mais pesada do disco com uma guitarra mais distorcida e a bateria mais rápida e forte. Comprado na extinta Livraria Siciliano do Shopping Market Place em SP, não é um disco muito fácil de se encontrar, mas que vale a pena ser escutado com atenção, até porque são as últimas gravações de um dos mestres do rock n’ roll! Recomendo!

Lista de Músicas:

01 – Any Road
02 – P2 Vatican Blues
03 – Pisces Fish
04 – Looking For My Life
05 – The Rising Sun
06 – Marwa Blues
07 – Stuck Inside A Cloud
08 – Run So Far
09 – Never Get Over You
10 – Between The Devil And The Deep Blue Sea
11 – Rocking Chair In Hawaii
12 – Brainwashed
Onde: Livraria Siciliano – Shop. Market Place
Quanto: R$4,99

Capa do CD