quinta-feira, 28 de março de 2013

Especial Livros – Sabbath Bloody Sabbath – Joel McIver


Faz tempo que não escrevo sobre livros aqui no blog, hoje vou falar sobre a biografia do Black Sabbath, os criadores do Heavy Metal, escrita pelo jornalista Joel McIver especialista em bandas e que já escreveu, entre outras, a biografia do Metallica.

Com quase 500 páginas, o livro conta toda a história da banda em 3 partes com os capítulos divididos por ano, indo desde a infância pobre de OzzY, Tony, Bill e Geezer no frio subúrbio de Aston, em Birmingham na Inglaterra no final dos anos 60 até a morte de Ronnie James Dio, vítima de câncer em 2010. Todas as fases da banda são cobertas contando detalhes sobre as gravações, histórias das turnês entre outras curiosidades.

O livro começa falando sobre Birmingham, cidade onde os 4 membros originais nasceram e fala um pouco da infância de cada um até o momento de se reunirem e resolverem formar uma banda. Daí em diante, o autor conta em detalhes os primórdios do Sabbath, as mudanças de nome e os desafios enfrentados no início de carreira até a gravação do 1º álbum que mudou os rumos do Rock no início da década de 70.

A fase OzzY pega as primeiras 100 páginas do livro, falando sobre os álbuns, turnês e shows aliados à histórias e curiosidades do que aconteceu no período entre o começo da banda e a saída de Osbourne em 79. O autor também faz questão de comentar música por música de todos os discos, não poupando críticas principalmente quando se trata dos 2 últimos álbuns; Technical Ecstasy e Never Say Die.

A partir daí, o livro praticamente se divide em 2, com o autor seguindo com história do Black Sabbath já com a entrada de Ronnie James Dio nos vocais e, em paralelo, fala também sobre a carreira solo de OzzY, com todos os músicos que o acompanharam e também falando um pouco sobre os seus discos. A rivalidade entre a banda e o antigo vocalista também é bem explorada nesse período.

As constantes mudanças de formação são o foco principal na segunda parte do livro com a polêmica saída de Dio após os problemas na mixagem de Live Evil e a gravação e consequente turnê de Born Again com Ian Gillan. O disco que deveria ter saído como solo de Iommi, mas acabou saindo como Black Sabbath, Seventh Star, que contou com Glenn Hughes no vocal para a gravação e posteriormente com Ray Gillen fazendo alguns shows. Depois disso a fase com Tony Martin também é bem explorada dando detalhes das gravações e turnês dos álbuns Eternal Idon, Headless Cross e TYR.

O retorno de Dio em 1992 para o álbum Dehumanizer e os problemas de relacionamento que causaram mais uma vez a saída do vocalista são contados em detalhes pelo autor, inclusive contando que Cozy Powell foi contra o retorno de Dio, por já ter tocado com ele no Rainbow e o recrutamento de última hora de Rob Halford para os shows de despedida de OzzY, o qual Dio se recusou a participar. Um fato que mereceu certo destaque no livro foi o show em SP no Monsters of Rock de 94 que marcou a volta de Bill Ward à banda por um curto período.

Muitas curiosidades que eu nunca soube, por mais que conheça a carreira da banda são interessantes, como por exemplo, a contratação de Vinnie Appice em 1999 para ficar de stand by de Bill Ward, caso o mesmo passasse mal devido ao ataque cardíaco que sofrera meses antes durante um ensaio. Outros vocalistas temporários que chegaram a integrar a banda também são mencionados, alguns dos quais eu também desconhecia. Outro fato bastante explorado foram as intermináveis tentativas de retorno da formação original, uma hora vetada por OzzY (ou Sharon?), outra impossibilitada pela saúde debilitada de Bill ou por problemas burocráticos de gerenciamento dos artistas.

Os anos 2000, onde a banda teve pouca atividade até 2007, com o retorno de Dio, o foco fica mais na carreira solo dos integrantes como o disco solo de Iommi, os de Geezer com sua banda de Metal Industrial G/Z/R/, além obviamente, de OzzY, com a criação do OzzFest, o boom da fama com o seriado The Osbournes da MTv, e os constantes problemas de saúde por que passaram tanto OzzY quanto Sharon.

O capítulo final, que vai de 2007 a 2011, passa pelo retorno derradeiro de Dio e a criação do Heaven and Hell, que gerou o disco de inéditas The Devil You Know e duas turnês, a descoberta do câncer do vocalista e sua triste morte em 2010 e os rumores que se seguiram sobre o futuro da banda, que até então não havia anunciado o retorno da formação original que posteriormente perderia novamente o baterista Bill Ward. O capítulo também fala um pouco sobre os 2 últimos discos solos de OzzY e a reformulação de sua banda inclusive com a troca de guitarrista, com Gus G assumindo o posto de Zakk Wylde.

Gostei bastante do livro, apesar de não concordar muito com algumas das opiniões do autor, embora talvez meu lado fã fale um pouco mais alto nesse quesito. Algo que me incomodou um pouco foram alguns erros encontrados no texto, não sei se de digitação ou de tradução, mas nada que atrapalhe a leitura. Encontrei na Saraiva logo após o lançamento no início do ano, comprei e já comecei a ler no mesmo dia! Recomendo a todos os Sabbathmaníacos ou para os que gostam de livros sobre rock!

Onde: Saraiva Shop. Morumbi
Quanto: R$64,90
Editora Madras

Capa do Livro


terça-feira, 26 de março de 2013

CD – Joe Bonamassa – Blues Deluxe


Segundo disco do bluesman Joe Bonamassa continuando com o seu blues elétrico cheio de solos bebendo na fonte dos grandes mestres como Muddy Waters, B.B. King, Buddy Guy, entre outros. Bonamassa tem sido considerado um dos grandes nomes do Blues contemporâneo e esse disco mostra muito bem o porquê, mesclando músicas próprias com covers de artistas consagrados do gênero como John Lee Hooker. Seu nome também ganhou destaque por integrar durante algum tempo a banda Black Country Comunion do veterano vocalista Glenn Hughes, ex Deep Purple e Black Sabbath.

O disco abre com You Upset Me Baby, num blues bem moderno ao melhor estilo elétrico de Chicago seguida pela cover de John Lee Hoker, Burning Hell com o andamento típico que Hooker dava para suas músicas, normalmente tocando guitarra e fazendo a batida com os pés! Blues Deluxe, faixa que dá nome ao disco, traz um solo bem ao estilo de B.B.King e Man Of Many Words ataca mais para o Rithym and Blues.

Na sequência temos Woke Up Dreaming que começa com um impressionante dedilhado no violão num Blues acústico acompanhado apenas pela voz de Bonamassa seguida de I Don’t Live Anywhere, uma linda balada que é quase um Soft Jazz com a bateria característica do estilo e um leve som de órgão ao fundo. Wild About You Baby já volta ao Blues elétrico e rasgado mais tradicional.

Long Distance Blues é um classico do gênero assinado por Buddy Guy (?) tocado magistralmente pelo guitarrista que também faz um ótimo trabalho vocal assim como em Pack It Up que segue a mesma linha. O CD fecha com mais 3 ótimas faixas; a excelente instrumental Left Overs, o som pesado de Walking Blues e o violão carregado de Slide de  Mumbling World!

Tinha lido boas críticas a respeito do trabalho de Joe Bonamassa há algum tempo, e como bom amante do Blues que sou, resolvi ir atrás para conferir. Encontrei vários discos dele na Saraiva, e acabei escolhendo esse para começar, pois pelo pouco que pude escutar na loja do Shop. Morumbi foi o que me chamou mais a atenção. É um dos melhores discos de Blues que ouvi nos últimos tempos, recomendo a todos!

Lista de músicas:
01. You Upset Me Baby
02. Burning Hell
03. Blues Deluxe
04. Man Of Many Words
05. Woke Up Dreaming
06. I Don’t Live Any Where
07. Wild About You Baby
08. Long Distance Blues
09. Pack It Up
10. Left Overs
11. Wlaking Blues
12. Mumbling Word

Onde: Saraiva Shop. Morumbi
Quanto: R$24,90 

Capa do CD

sexta-feira, 22 de março de 2013

CD – Iron Maiden – The Number of the Beast


Lançado em 1982, The Number of the Beast marca a estréia de Bruce Dickinson no Iron Maiden substituindo Paul D’Ianno nos vocais, e também é o último álbum com o baterista Clive Burr, que faleceu recentemente depois de anos brigando contra a esclerose múltipla. The Number é considerado por muitos uma obra prima do Heavy Metal e um dos melhores discos do Iron com sucessos como Children of the Damned, Run to the Rills e Hallowed Be Thy Name.

O disco abre com Invaders, uma faixa bem rápida apresentando a voz de Bruce num estilo completamente diferente do seu antecessor, bem mais agudo e melódico, seguida por Children of the Damned, um épico que começa como uma balada com solo de guitarra e viradas de bateria acompanhando o vocal suave até entrar na parte do refrão, ficando mais agressivo junto com a guitarra. The Prisioner começa com um trecho de um antigo seriado de TV antes de entrarem bateria e guitarra num riff stacatto pesado e mais uma excelente linha vocal de Dickinson.

22 Acacia Avenue é um Hard bem tradicional e rápido com o riff galopante tocado por Murray e Smith antecedendo a faixa título, que viria a se tornar o maior hit da banda. The Number of the Beast começa com o discurso de Vincent Price falando do número 666 antes de entrar o riff que se transformou num verdadeiro hino do metal tocado enquanto Bruce canta a introdução até o grito gutural que faz a entrada com toda a banda que segue até o refrão. Não é a toa que essa música segue como um dos principais (senão O principal) momentos dos shows do Iron até hoje, mais de 30 anos depois do seu lançamento!

Na sequência, outro clássico que também figura até hoje nos shows com Run to the Hills e sua introdução na bateria acompanhada do solo de guitarra com Bruce seguindo a mesma melodia no vocal até explodir num Heavy Metal rápido e um refrão quase Pop de tão fácil de assimilar que é. Gangland é outra faixa bem rápida puxada pela bateria de Clive Burr enquanto Total Eclipse já desacelera um pouco, mas sem perder o peso.

Fecha o disco mais uma música que virou um dos grandes clássicos da banda que por muito tempo encerrou os shows do Maiden com Hallowed Be Thy Name, com seu começo melódico e dedilhado até entrar num riff solado até a sequência de breaks no andamento da música para deixar apenas o vocal, o que se repete até chegar ao final apoteótico em que Bruce canta o nome da música a plenos pulmões! Mais um item básico na discografia de qualquer amante do Rock, seja ele clássico, hard ou metal! Obrigatório em qualquer coleção!


Lista de Músicas:
1.       Invaders
2.       Children Of The Damned
3.       The Prisioner
4.       22 Acacia Avenue
5.       The Number of the Beast
6.       Run to the Hills
7.       Gangland
8.       Total Eclipse
9.       Hallowed Be Thy Name

Onde: Americanas.com
Quanto: R$14,90

Capa do CD


CD - The Beatles – Please Please Me


Completando 50 anos de lançamento, o primeiro disco dos Beatles, Please Please Me de 1963 começou a alavancar a banda ao sucesso estrondoso que faria durante toda a década se tornando uma das maiores bandas de Rock de todos os tempos. O disco conta com os primeiros sucessos do início da carreira dos Fab Four como Love Me Do, P.S. I Love You e Twist and Shout, além da faixa que dá nome ao CD.

O disco começa com a simpática I Saw Her Standing There, uma canção simples falando amor e garotas, como a maioria das que eles compunham na época assim como Misery, uma baladinha padrão do início dos anos 60 no mesmo estilo de Anna, com um dedilhado na guitarra que lembra um pouco a Surf Music americana. Chains é a primeira música em que podemos ouvir a gaita de John na introdução e Boys é a primeira com o vocal de Ringo.

Ask Me Why é outra balada romântica com destaque para a melodia vocal e os backings de Paul, John e George. Em seguida, temos na sequência os 2 primeiros grandes sucessos dos Beatles com Please Please Me e Love Me Do além de P.S. I Love You, que não estourou tanto quanto as anteriores mas também figura em diversas coletâneas. Baby It’s You,  Do You Want to Know a Secret e A Taste of Honey voltam para as baladas. Para fechar o disco, There’s a Place com uma batida de Rock bem básica e mais uma que viraria um dos hits da banda, mesmo sendo cover com Twist and Shout.

Um disco de Rock básico, sem muita firula, mas que tem seus momentos. Comprei há uns 3 anos atrás, numa mega-promoção que o Submarino fez na época do show do Paul aqui em SP, pagando esse e outros itens da discografia da banda por apenas R$9,90, já da coleção remasterizada e com mini-documentários em vídeo como extra. Só pela importância histórica, já merece recomendação!

Lista de músicas:
Lado A
01 – I Saw Her Standing There
02 – Misery
03 – Anna (go to him)
04 – Chains
05 – Boys
06 – Ask Me Why
07 – Please Please Me
08 – Love Me Do
09 – P.S. I Love You
10 – Baby It’s You
11 – Do You Want To Know a Secret
12 – A Taste Of Honey
13 – There’s a Place
14 – Twist and Shout
*Bonus track
15 – Mini Documentário (Quicktime)

Onde: Submarino
Quanto: R$9,90

Capa do CD

terça-feira, 19 de março de 2013

CD – Made In Brazil – Acervo Especial (coletânea)


Uma das primeiras bandas de Rock Nacional surgida em SP no final dos anos 60, o Made In Brazil dos irmãos Osvaldo e Celso Vecchione é um dos grupos mais influentes do rock brasileiro, sobrevivendo ao passar dos anos com várias formações, a banda é responsável por alguns clássicos, sendo (provavelmente) o maior deles A Minha Vida é Rock n’ Roll, que posteriormente foi regravada pela banda das Velhas Virgens.

Nessa coletânea da série Acervo Especial lançada originalmente em 1994, aparecem 14 sucessos do Made in Brazil englobando músicas dos 4 primeiros discos da banda lançados entre os anos 70 e começo dos 80. Influenciados pelos grandes do Rock como Rolling Stones e The Animals e do Blues como Muddy Waters e Howlin’ Wolf, eles começaram com uma banda cover cantando os sucessos da época até começarem a escrever suas próprias letras em português em composições próprias.

O disco começa com a faixa título do segundo LP da banda, Jack, O Estripador, com um riff bem Hard Rock acompanhado de metais e com a letra contando a história do lendário assassino de Whitechapel. Anjo da Guarda é bem parecida com Burning Love, do Elvis na introdução para depois entrar num rock básico e direto enquanto Amanhã é Um Novo Dia é um Blues bem chorado com gaita e piano com um começo lento que depois muda para uma balada rock romântica para, só no final aumentar o ritmo terminando em fade.

O Rock de São Paulo vem com um estilo mais voltado para o Country, mostrando toda a versatilidade da banda, Os Bons Tempos Voltaram volta ao Blues numa batida lenta acompanhada de gaita e uma guitarra com slide dando um toque interessante à música. Seguimos com Tudo Bem – Tudo Bom, uma música com mais cara de anos 70, um pouco mais pesada que as anteriores tanto no riff quanto no vocal e a faixa seguinte vem com um hino sobre a própria banda com Uma Banda Made in Brazil e seu refrão clássico “Essa é uma banda Made in Brazil, só pra tocar Rock n’ Roll!”.

A segunda metade da coletânea começa com o maior clássico da banda, Minha Vida Rock é Rock n’ Roll, hit que posteriormente ganhou uma versão do Velhas Virgens com a participação do próprio Osvaldo acompanhada de uma versão inusitada do clássico de Ary Barroso, Aquarela do Brasil. Na sequência, Vou Te Virar de Ponta Cabeça vem com um riff bem hard e carregado de distorção seguida de Comendo a Poeira da Estrada, outro Blues bem tradicional e Gasolina, um rock clássico e rápido!

Fechando o CD, uma versão inusitada de um hit do Yardbirds A Certain Girl, que na versão em português do Made ganhou o nome de Mickey Mouse, a Gata e Eu e por último, um hino à cidade de São Paulo com Paulicéia Desvairada, um rock ao estilo clássico dos anos 60 com um andamento rápido levado pela bateria, sax e piano encerrando a compilação com chave de ouro! Um disco que é um documento histórico sobre as origens do rock nacional, não sei se ainda é possível encontrar essa ou alguma outra coletânea do Made in Brazil, mas vale a pena! É Rock na cabeça!

Lista de músicas:
01. Jack, O Estripador
02. Anjo da Guarda
03. Amanhã é Um Novo Dia
04. O Rock de São Paulo
05. Os Bons Tempos Voltaram
06. Tudo Bem – Tudo Bom
07. Uma Banda Made in Brazil
08. Minha Vida é Rock n’ Roll
09. Aquarela do Brasil
10. Vou Te Virar de Ponta Cabeça
11. Comendo a Poeira da Estrada
12. Gasolina
13. Mickey Mouse, a Gata e Eu
14. Paulicéia Desvairada

Onde: TOP Discos – Gonzaga, Santos
Quanto: R$7,90

Capa do CD